terça-feira, 21 de outubro de 2008

Turismo no Timor é alternativa a petróleo, diz especialista


Dili, 22 out (Lusa) - O turismo no Timor Leste "é uma alternativa ao petróleo" e pode servir de complemento a grandes destinos regionais como Bali, afirmou à Agência Lusa Christine Cabasset, economista francesa especializada em turismo na Indonésia e no Sudeste Asiático.

Christine Cabasset defendeu que "o investimento de pequena escala deveria ser o caminho para o setor turístico timorense". Apesar disso, ela notou que "para o Estado timorense, é atraente a idéia de começar por grandes projetos e grandes investimentos".

"Por enquanto, nota-se uma distância entre a fraca iniciativa do Estado no setor do turismo e o dinamismo de certas pessoas que envolveram comunidades locais", relata, destacando que o trabalho local e da população seria um investimento importante, mas que ainda não foi feito.

A fragilidade do investimento turístico é confirmada pelo orçamento da Direção Nacional do Turismo timorense, que ficou em apenas US$ 68 mil em 2006, "incluindo salários", afirma Christine Cabasset em sua visita ao Timor, país cuja evolução acompanha desde antes de sua independência definitiva, em 2002.

Ainda assim, Cabasset defende que "é possível afirmar o Timor Leste como extensão ao destino de massa que é Bali" e salienta que "há nichos importantes de mercado viáveis para o país". No entanto, para que possam ser explorados, "é preciso assegurar estruturas de transportes, de alimentação, entre outras".

As atividades de mergulho, o montanhismo e a observação de pássaros são três exemplos de atividades com potencial turístico no Timor. Para Cabasset, estes são nichos "menos vulneráveis a flutuações da procura", seja por motivos econômicos, seja por políticos.

"A Ilha das Flores não sentiu a crise no setor turístico na região, enquanto que Bali é fortemente afetada pela queda da procura após 2002", ano marcado por atentados contra lugares freqüentados por turistas ocidentais.

Investindo na China

Timor Leste participa, até 23 de outubro, de uma feira internacional de ecoturismo em Nanchang, província de Jiangxi, na China. O esforço de Timor Leste de se promover como destino turístico começou em 2003, com sua participação em uma feira anual do setor, em Bali.

Com a presença do Timor na feira de Nanchang, a embaixada timorense em Pequim faz seu segundo esforço para posicionar o país como alternativa de ecoturismo no Sudeste Asiático, afirmou o embaixador na China, Olímpio Branco, em um comunicado. Com isso, o Timor pretende também "atrair potenciais investidores chineses" para o setor turístico.

Em junho, o Timor havia participado da Feira Internacional de Turismo de Pequim, mas sofisticou sua participação no evento de Nanchang. "Enquanto na Feira de Pequim participamos só com um pavilhão normal, para Nanchang decidimos apresentar Timor Leste de forma mais animada e tradicional", disse o representante da embaixada em Pequim, Tony Duarte.

Durante os três dias de feira, na tradicional casa timorense que a embaixada montou em seu pavilhão, os visitantes receberão brochuras de destinos e programas turísticos amigos do meio-ambiente no Timor Leste, bem como livros e um CD de promoção turística.

A China não atribuiu ao Timor Leste o estatuto de destino turístico aprovado, que permite aos cidadãos chineses viajar em grupo sem a necessidade de pedir autorização governamental de saída do país.

Timor Leste escolheu, no entanto, apostar na promoção na China devido ao grande número de operadores turísticos internacionais que visitam as feiras no gigante asiático, já que o número de turistas chineses no exterior registra constante expansão graças ao crescimento econômico do país e às políticas de reforma e abertura ao exterior.

A China assumiu, em 2006, a posição de maior mercado emissor de turistas em toda a Ásia, com 34,5 milhões de chineses visitando o exterior, 11% a mais que em 2005.

A Organização Mundial do Turismo prevê que em 2020 a China seja o maior mercado emissor de turistas do mundo, com cerca de 100 milhões de pessoas viajando para fora todos os anos.

Turismo: Timor-Leste em feira na China em busca de investimentos no sector


Pequim - Enquanto a maioria dos países que participa na feira internacional de turismo de Pequim, que começa quinta-feira, vai em busca de visitantes, Timor-Leste, tem sobretudo como objectivo atrair investidores, disse hoje o embaixador timorense na China।

A Feira Internacional de Turismo de Pequim (Bite 2007, na sigla inglesa) decorre na capital chinesa entre 21 a 23 de Junho, e reúne cerca de 800 expositores de 80 países, entre operadores turísticos e destinos chineses e internacionais.

Timor-Leste, Brasil e Cabo-Verde são os únicos países de língua portuguesa a participar na exposição, mas enquanto brasileiros e cabo-verdianos têm os olhos postos nos turistas da China, que será em 2020 o quarto maior mercado emissor turístico mundial, a participação timorense visa antes de tudo atrair investimento para o sector.

"O nosso objectivo é continuar a promover Timor-Leste no que toca às potencialidades turísticas. Queremos mostrar o que Timor-Leste tem de bom para possibilitar a evolução do sector no país, em especial no que toca ao investimento em infra-estruturas", disse Olímpico Miranda Branco, embaixador timorense na China, em declarações à agência Lusa em Pequim.
O pavilhão de Timor-Leste na Bite 2007, com cerca de 18 metros quadrados, representa um investimento de cerca de 20 mil dólares, segundo o diplomata.

"Vamos mostrar no pavilhão a cultura, a história, a paisagem, as praias, tudo o que faz de Timor-Leste um destino turístico com muito potencial, e que poderá atrair para o país investidores para o sector", acrescentou Miranda Branco.

Apesar da China não ter ainda concedido a Timor-Leste o estatuto de destino turístico aprovado, que permite aos cidadãos chineses viajar em grupo sem necessidade de autorização de saída por parte de Pequim, o turismo timorense decidiu promover-se na feira de Pequim devido ao grande número de operadores internacionais do sector que visitam a Bite, em especial do continente asiático.

"Participam na feira operadores e agências do Japão, do Sudeste Asiático, da China, de Hong Kong, e é por isso uma óptima ocasião para Timor-Leste criar uma rede de contactos e de acordos na região, que poderá potencia Timor-Leste enquanto destino turístico", considerou Olímpico Miranda Branco.
RBV-Lusa/Fim